Casa Valéria Cirell e o nacional-popular
EDITE GALOTE CARRANZA
RESUMO
Decorridos mais de vinte anos da morte da arquiteta italiana, naturalizada brasileira, Achillina di Enrico Bo Bardi (Lina Bo), seu trabalho continua presente e despertando interesse de artistas, arquitetos e pesquisadores, nacionais e internacionais.
As recentes exposições, “O interior está no exterior”, na Casa de Vidro, de curadoria do suíço Hans Ulrich Obrist; e a “Sesc Pompéia: 30 anos”, com a reedição de “Cidadela da Liberdade: Lina Bo Bardi e o Sesc Pompeia”; os livros “Sutis substâncias da Arquitetura”, de O.Oliveira, decorrente de pesquisa de doutorado sobre a obra da arquiteta e “Lina por escrito – Textos escolhidos de Lina Bo Bardi”, organizado por S.Rubino e M.Grinover; ou ainda, o nome da arquiteta citado sete vezes no prefácio de J.M.Montaner ao livro “Brasil: arquiteturas após 1950”, confirmam o interesse e sinalizam que ainda há muito a ser investigado em seu trabalho de crítica, design, cenografia e arquitetura, repleto de subjetividade artística, ideais e filosofia de fundo.
Entre suas obras arquitetônicas, a Casa Valeria Cirell, 1958, em São Paulo, merece atenção especial, embora seja menos lembrada que o MASP ou SESC Pompeia, dois exemplos de sucesso com público e crítica. Este artigo tem como objetivo analisar a casa e sua estreita relação com o conceito de nacional-popular, a fim de iluminar o entendimento da obra, a qual é um exemplar de sua arquitetura alternativa ao status quo, bem como outras atividades da arquiteta, por estarem intimamente relacionadas às transformações sócioculturais brasileiras e a “filosofia da práxis” de Antonio Gramsci.
Confira: http://revistas.usp.br/posfau/issue/view/6454
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